quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Histórico dos tecnólogos

E aí pessoal? Andei lendo sobre a história do surgimento dos cursos de graduação tecnológica e produzi um pequeno texto a respeito. Acho importante nós sabermos o histórico do nosso curso no Brasil. As principais informações são da Cartilha do Tecnólogo que você pode acessar aqui. Aproveitei também pra falar do surgimento do ensino superior no nosso país.

O início da educação superior no país surgiu em 1808, com a vinda da Família Real Portuguesa para o Brasil que foi responsável pela criação do Colégio Médico Cirúrgico da Bahia destinado à aristocracia colonial. Dai em diante todas as outras instituições que surgiram formaram um modelo de instituições isoladas e destinadas exclusivamente à elite. Para Barreto, (2005) a divisão entre classes dessa época que colocava de um lado senhores e de outro escravos provocou a mesma divisão na área educacional que reservava aos primeiros o “ensino das humanidades (saber pensar), e à segunda, o treinamento nas ‘artes e ofício’ (saber fazer)”. Essas características permaneceram por um bom tempo provocando distorções que permanecem ainda hoje na educação brasileira. A primeira Universidade surgiu apenas em 1920 no Rio de Janeiro e reunia os cursos superiores da cidade. Os próximos anos foram marcados pelo surgimento de outras instituições de ensino superior no país, com destaque para o período que vai de 1950 a 1970 quando surgiram as universidades federais em cada estado da federação. 


Mas foi a partir de 1970 que ocorreu uma explosão desse segmento quando as matrículas subiram de 3000.00 para 1.500.000 (1980), esse boom se deveu ao aumento da população urbana e à exigência de mão-de-obra preparada para a indústria e serviços. O último Censo da Educação Superior disponível (2008) mostrou que em 2008, 1.936.078 novos alunos ingressaram no ensino superior, 8,5% a mais em relação a 2007. No total, o número de matrículas em 2008 foi 10,6% maior em relação a 2007, com um total de 5.808.017 alunos matriculados em cursos de graduação presencial e a distância. O Censo revelou também que o número de instituições de ensino superior em funcionamento caiu de 29, no Brasil, comparativamente a 2007, finalizando a tendência de crescimento, fato que pode ser explicado pela crescente onda de fusões e compras, observada nos últimos anos. 

Dez anos antes, em 1960, pela crescente necessidade socioeconômica da época em formar mão-de-obra industrial, houve uma reforma no ensino desse segmento que permitiu a criação de cursos com modalidades e duração diferentes das tradicionais (Lei 5.540/68). Dessa forma os primeiros Cursos Tecnólogos estiveram ligados aos Cursos de Engenharia de Operações que deixaram de existir em 1977, já nessa época os tecnólogos enfrentavam grande resistência do meio acadêmico. Em 1980 esses cursos passaram a ser legalmente denominados como Cursos Superiores de Tecnologia (Resolução CFE nº12), é também nessa época que surgem as primeiras entidades representativas dos tecnólogos em virtude da pouca aceitação do mercado de trabalho em relação a essa graduação.

Devido a uma série de regularizações legais e principalmente à decisão do Governo Federal de reiniciar o processo de transformação das então Escolas Técnicas Federais em Centros Federais de Educação Tecnológica (Lei 11.195/05) essa modalidade passou a ser mais difundida e em 2002, segundo a ANT (Associação Nacional dos Tecnólogos), já era possível encontrar 800 cursos tecnológicos em instituições privadas, no ano seguinte esse número saltou para 1.050 com cerca de 220.000 alunos matriculados. Outro fator importante para essa mudança está a criação do Catálogo Nacional de Cursos Superiores de Tecnologia (Decreto 5.773/06) pelo MEC (Ministério da Educação), que funciona como um guia para referenciar estudantes, educadores, instituições, sistemas e redes de ensino, entidades representativas de classes, empregadores e o público em geral. 

Atualmente, ao lado de cursos tradicionais como Automação e Controle e Mecânica, há cursos para formação de tecnólogos em áreas diversas, como agropecuária, artes, comércio, comunicação, construção civil, design, gestão, informática, meio ambiente, saúde, telecomunicações, turismo e hotelaria. Em 2008, segundo o INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Texeira), foram ofertadas 463.969 vagas nos cursos de Educação Tecnológica, com um aumento de 17,8% em relação a 2007. As IES privadas são responsáveis por cerca de 94% dessa oferta.

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